Molina*
serigrafia
20x22 cm
100,00€
O
meu Alentejo
Meio-dia.
O sol a prumo cai ardente,
Dourando
tudo…ondeiam nos trigais
D´ouro
fulvo, de leve…docemente…
As
papoulas sangrentas, sensuais…
Andam
asas no ar; e raparigas,
Flores
desabrochadas em canteiros,
Mostram
por entre o ouro das espigas
Os
perfis delicados e trigueiros…
Tudo
é tranquilo, e casto, e sonhador…
Olhando
esta paisagem que é uma tela
De
Deus, eu penso então: onde há pintor,
Onde
há artista de saber profundo,
Que
possa imaginar coisa mais bela,
Mais
delicada e linda neste mundo?!
Florbela Espanca
Trocando olhares
*
1926-2002
Nascido
em Espanha em 1926 cedo largou pelo mundo tendo vivido em vários locais da
Europa e da América. No Brasil deu raizes à sua grande paixão – a Pintura. Aí
estuda Belas-Artes e aí ganha elogios da crítica que o apontam como um pintor
versátil. É o crescendo do pintor apaixonado entre o “figurativo
arquitectónico” que devolve a verdade aos locais que pinta e o “abstracto
marcante” pela força do cromático que impõe nas suas telas.
Trazido
pelo destino, instala-se em Portugal na década de 60 onde permanece até à
actualidade. Portugal torna-se o país que sempre procurou e que o realiza
completamente como artista. A vertente de pintor figurativo torna-se mais
marcante devido ao seu amor às terras portuguesas. Ninguém pintou mais Portugal
do que ele, desde as pequenas aldeias até às grandes cidades, de norte a sul do
país. Mantém viva a paixão pelo abstracto como forma de expressão máxima do seu
interior de artista.
Em
2000 decide dar um novo fôlego à sua obra de pintor abstracto e quebrar com a
imagem exclusiva do figurativo arquitectónico. Pouco conhecida do grande
público, esta esteve reservada a coleccionadores. Assim que surge perante o
público, a surpresa é tão grande como a aceitação. O mestre da arquitectura
portuguesa levada à pintura revela-se naquilo que o fez brotar como grande
pintor - a arte do cromático num desafio à própria imaginação. É difícil não
ser seduzido por este jogo em que cada cor é como que explorada à exaustão nas
suas mais diversas matizes.
Faleceu
em Lisboa a 5 de Agosto de 2002 de forma inesperada sem ter tido a felicidade
de estar presente na exposição que sempre ambicionou fazer. Viveu, no entanto,
a profunda alegria dos três anos que lhe levou a prepará-la.
Realizou
várias exposições desde 1980.
Sem comentários:
Enviar um comentário